domingo, 7 de junho de 2015

Texto de Eliana de Souza Rolim



                O texto apresentado busca enfatizar uma discussão acerca dos significados do patrimônio histórico para a memória, a história e a construção de saberes. As discussões aqui encaminhadas são frutos de inquietações provocadas pelo crescente processo de crescimento urbano ocorrido na cidade de Cajazeiras – PB localizada no Alto Sertão da Paraíba. Embora, mesmo sem se opor à uma suposta “modernização” ou “progresso” da cidade, o que se tem buscado com esse trabalho, é refletir sobre o modo como estão sendo tratadas as edificações arquitetônicas antigas que, se constituem como parte do Patrimônio Histórico da cidade e até que ponto e de que maneira isso está presente ou é importante para a memória coletiva da população.
O quadro material de uma cidade nos ajuda a reconstituir as lembranças que estão adormecidas/ esquecidas, contudo elas não podem ser entendidas como um retrato fiel do passado, pois estão sujeitas as influências do modo como percebemos o que nos rodeia na contemporaneidade. Nessa perspectiva, uma construção antiga pode ser considerada patrimônio, tanto como obra arquitetônica, quanto pelo seu valor histórico, ou também por guardar resquícios de uma memória coletiva. Contudo, a existência de políticas públicas de preservação e educação patrimonial é fundamental para a manutenção desse patrimônio. Assim sendo, entende-se que a questão da preservação do Patrimônio Arquitetônico e Histórico é um meio pelo qual se torna possível a elaboração de narrativas históricas do período de construção desse patrimônio e de suas posteriores transformações, destacando-se também o valor destes monumentos como lugares de memória e de construção de saberes. Entretanto convém destacar que Campos (2009), ao discutir a questão das políticas patrimoniais da cidade moderna diante da globalização, afirma que o objetivo primordial da conservação do patrimônio histórico não deve ser, prioritariamente, a dos bens em si, mas sim, os valores sociais agregados a esses bens, bem como os usos e funções que a sociedade lhes atribui e partilha ao longo de sua existência.
Além desses dispositivos se faz necessário, ainda, a implantação de outras políticas educacionais por parte do poder público para estabelecer meios de uma efetiva participação dos cidadãos na gestão e proteção do patrimônio histórico local. Assim, a preservação do patrimônio histórico não deve servir apenas para como
musealização do passado, mas sim cumprir seu papel como esteio para a memória, a História e a construção saberes.

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